OSTEOPOROSE: O MELHOR REMÉDIO É PREVENIR
As estimativas são alarmantes. O número de fraturas de quadril decorrentes de osteoporose deve crescer três vezes até 2050, alcançando a marca de 6,3 milhões, segundo cálculos da Organização Mundial da Saúde. Além de dor, às vezes intensa, as fraturas causam incapacidade funcional e laborativa, perda da independência, medo, depressão e diminuição da qualidade de vida. Se as vértebras forem afetadas, a coluna pode sofrer um achatamento, uma curvatura anormal conhecida como “corcunda de viúva”, que produz alterações de postura, perda de altura, deformidades e mais dor. A fratura de quadril é o tipo mais grave pelo alto risco de imobilidade, dependência de cuidadores e morte por complicações, como infecções e embolia.
Principal doença do metabolismo ósseo, a osteoporose se caracteriza pela diminuição da massa óssea e deterioração da qualidade do osso, que se torna frágil e mais sujeito a fraturas. Ela já atinge mais de 10 milhões de pessoas no Brasil, na proporção de três mulheres para cada homem. Contudo, apenas um terço dos portadores tem o quadro diagnosticado. O restante não faz ideia de que corre perigo de fratura. Isso ocorre porque a osteoporose é uma doença silenciosa e traiçoeira: não dói, nem causa outros sintomas que poderiam servir de alerta. Suas manifestações já são as fraturas. Daí a importância de fazer o diagnóstico precoce e tratar o quanto antes.
O tratamento evoluiu muito. Já existem fármacos que evitam novas perdas do tecido ósseo e ainda ajudam a recompor o esqueleto. Houve também avanços na forma de administração, com o surgimento de medicamentos de uso mensal, semestral e até anual. Exercícios físicos bem orientados são outro aliado de peso.
O mais importante, porém, é investir na prevenção, especialmente quando houver fatores de risco. A vulnerabilidade à osteoporose é maior em quem tem antecedente familiar da doença ou histórico pessoal de fraturas após pequenas quedas, possui pele clara, é sedentário, fuma, consome muito café, abusa de álcool, não toma sol, ingere poucos alimentos ricos em cálcio, faz uso prolongado de cortisona, diuréticos, anticonvulsivantes e fórmulas para emagrecer, apresenta menopausa precoce, distúrbios da tireoide ou doenças inflamatórias intestinais ou reumáticas.
Hábitos saudáveis adotados desde a infância e a adolescência fortalecem o esqueleto e ao mesmo tempo reduzem as probabilidades de vir a sofrer de osteoporose. Se levarmos em conta que o risco de fratura é inversamente proporcional à densidade óssea e que 90% do esqueleto humano já estão formados em torno dos 20 anos de idade, quanto antes uma pessoa investir na prevenção, mais resistentes seus ossos ficarão.
O requisito fundamental para isso é disciplina. Ter boas fontes de cálcio na alimentação (como leite, sardinha, amêndoas e brócolis), praticar atividades físicas bem orientadas e se expor ao sol de manhã ou à tardinha são iniciativas simples com impacto positivo sobre a massa óssea. A suplementação de vitamina D pode ser necessária em algumas ocasiões. Converse a respeito com o seu médico.